Dobby está morto e enterrado, Severo Snape revela todos os seus segredos, e “You Know Who”, ou simplesmente Voldemort, as suas fraquezas. A relação com os pais fica mais clara para Harry Potter entender, de uma vez por todas, porque sempre carregou a esperança nas costas em toda a sua metamorfose e consolidação como bruxo.
O exército do mal, enfim, enfrenta o do bem. E o palco não poderia ser outro: Hogwarts. Cena (típica e) digna dos grandes épicos. Destoando, entretanto, pelo fato de mostrar uma relação mais estreita do que poderia se imaginar entre o grande vilão, e o mocinho da trama. Fica mais claro porque um sempre precisou do outro de alguma forma. Foi devidamente explicado porque Potter se comunica com as cobras. Por fim, os motivos para que uma série de oito longos filmes necessite de um sacrifício final. Sem antes, claro, uma grande batalha entre os dois protagonistas.
Em suma, “Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2” é um turbilhão de emoções (e clichês que não poderiam ficar de fora) que fecha o ciclo do bruxo de Hogwarts com “varinha de ouro”. Tudo o que se espera para o final de uma saga (leia-se franquia) que durou exatos 10 anos está lá, na tela do cinema, em duas horas de exibição que o cinéfilo nem sente passar.
J.K. Rowling deve estar satisfeita pela fidelidade aos livros que demorou tanto tempo para escrever. E a partir desta sexta-feira (15), lançamento mundial do filme, assim devem se sentir também os milhares de fãs de Harry Potter espalhados pelo mundo.
Dividido em dois filmes, “Relíquias da Morte 2” segue a trama central da primeira parte: a busca incessante de Harry, Hermione e Rony (agora, acreditem, astuto a ponte de arrancar suspiros da eterna namoradinha) pelas Horcruxes, os objetos que Voldemort espalhou pelo mundo dos bruxos contendo pedaços da sua alma – uma forma de preservar a todo custo a sua imortalidade. Quando cada um deles é destruído, ele fica mais fraco e vulnerável.
Ainda faltam quatro Horcruxes para serem destruídas e as relíquias da morte (a “varinha das varinhas”, a mais poderosa do mundo, a capa da invisibilidade e a pedra da ressurreição, que dá vida a quem já se foi quando segurada na mão) desvendam-se como instrumentos para eles atingirem o objetivo final. Claro que ainda há espaço para Harry enfrentar o seu arquirrival Draco Malfoy, beijar a namoradinha, e envolver o “elenco do bem” pela sua causa. Quer dizer, pela causa geral, que teve início lá na “Pedra Filosofal”. É a partir daí que Dumbledore, sempre ele, reaparece para terminar de colocar todos os pingos nos “is”.
O crítico mais feroz poderia argumentar que as reviravoltas não são tão marcantes, que os tais “clichês necessários” poderiam ser riscados do roteiro para um desfecho mais sombrio e emblemático. Mas será que, por exemplo, o “Potter-cinéfilo-apaixonado” não iria ficar decepcionado se não visse um beijo de Hermione e Rony, mesmo que rapidinho? Por essas e por outras que “Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2” seguiu a risca o seu maior objetivo: fidelidade à trama de Rowling, impacto visual junto com uma fotografia impecável e sentimento de missão cumprida para os fãs.
Fonte:Bing